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Ver Inauguração  CV Hermano Noronha

Hermano Noronha

Hermano Paulo Noronha possui um potencial imagético de inegável sensibilidade. Vêm-me à memória, de sua autoria, retratos com mais de uma década… ou a sua folha caída na calçada. …como se de hoje se tratasse. Momentos intemporais a revelar que algo no seu espírito artístico, quer outrora quer na presente exposição, está muito longe de se esgotar.
Na “Terceira” Ilha Atlântica dos Açores, Hermano Noronha regista muito mais do que o óbvio típico da fotografia: recria, assim, sobre a sua própria criação, desafiando os limites pré-estabelecidos pela técnica:
…Eis que a simples “orvalhada num vidro” nos fixa o olhar para nos obrigar a decifrar o difuso…
…Ou a “floresta” penetra-nos num mundo que é tudo menos estático e monótono.
Com sólidos conhecimentos no manejo dos já históricos químicos, paternidade primeira da fotografia, vi-o empunhar assumidamente um dos primitivos modelos de máquina da nova era digital a que agora chamaríamos de arcaico. Com ela extraiu momentos fotográficos com a mesma intemporalidade que caracterizou os seus primeiros passos.
A sua tecnicidade artística releva-se ainda mais quando desafia o equipamento aos seus limites. No tempo actual, em que todos procuram contraste, cor, detalhe, rigor e pormenor, Hermano trabalha o “ruído”, o difuso e o abstracto.
É típico que o fotógrafo aceite mal que se classifique uma fotografia como pintura. Porém, muitas das suas imagens são a melhor pintura que se pode almejar com uma máquina – como se de pincéis e tinta se tratasse.
É inegável que os Açores, tema inesgotável, marcaram a maturidade do artista. Atento no olhar, selectivo nos temas e presente nos momentos fugazes tornando-os imperdíveis, Hermano cimenta, ao seu jeito, o património açoriano.
Recordará sempre com saudade os anos 80, os tempos passados no laboratório do ISEF como estudante, a responsabilidade fotográfica na revista a convite da Amnistia Internacional…as exposições…e os concursos! …Ou, ainda, a casualidade que o trouxe da ginástica artística para a arte da imagem!
Meros acidentes de percurso que, se na altura nos confundem por não fazerem sentido, bem mais tarde se ajustam no conjunto de elementos fundamentais que permitem consolidar o espírito criativo e de permanente insatisfação, paradigma fundamental para que a OBRA surja…

Carlos Garcia*

*Editor e fotógrafo

EXPOSIÇÃO


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