Nota Biográfica
José Crúzio
Quotidiano. Quotidiano é, talvez, uma das melhores palavras para descrever o perpétuo movimento do dia-a-dia, a constante e rápida alteração da paisagem na qual qualquer um se move. Ainda que se tenha criado um trilho para servir de norte, para existirem referências num todo mutável, tudo se altera. A paisagem, as pessoas, o ambiente e… por fim, tudo se altera. Não se pode tomar tudo como certo. Não se sabe se este é o “lugar”. Falando de onde se tenha ascendência, que legaram, onde se deva viver e criar descendência. De onde se deve ter raízes. Se alguém muda, de forma constante e seja por qualquer motivo, então é um nómada. Um nómada contemporâneo… um neo-nómada. E o espaço onde se movimenta, de onde e para onde vai, afinal, será também ele um….. espaço em trânsito.
É nesse quotidiano que estão os pequenos pormenores do viver o dia-a-dia. De tão rotineiros tornam-se “invisíveis”....Para os ver, torna-se necessário assumir um papel de viajante e observar até o mais ínfimo objecto mesmo que seja banal.
Deixar a percepção abranger o todo, absorver até o minúsculo….
Só assim toma-se consciência do seu “enquadramento” no quotidiano.
José Crúzio
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